domingo, junho 03, 2007
Em seu coração da cor dos rubros vinhos, Florbela Espanca tecia sonhos irreais. Como a mãe que viu partir o filho que não voltou mais .
Errante
Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.
Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura…
Meu coração não chega lá decerto…
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto…
Eu tecerei uns sonhos irreais…
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
Florbela Espanca
(1894-1930)
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Um comentário:
Paulo,
gostei mto do blog , são poesias maravilhosas, parábens!
Lua Fagundes
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