sábado, abril 14, 2007

Para Mário Quintana, a morte é que está morta. Porque ela era apenas alma.


A morte é que está morta

Ela é aquela Princesa Adormecida
no seu claro jazigo de cristal.
Aquela a quem, um dia - enfim - despertarás...

E o que esperavas ser teu suspiro final
é o teu primeiro beijo nupcial!

- Mas como é que eu te receava tanto
(no teu encantamento lhe dirás)
e como podes ser assim - tão bela?!
Nas tantas buscas, em que me perdi,
vejo que cada amor tinha um pouco de ti...

E ela, sorrindo, compassiva e calma:

- E tu, por que é que me chamavas Morte?
Eu sou, apenas, tua Alma...

Mario Quintana

(1906-1994)

Mais sobre Mário Quintana em

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana

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