domingo, fevereiro 14, 2010

Sophia de Mello Breyner quer um dia branco, um mar de beladona, um movimento inteiro, unido, adormecido. Como um só momento.


Intervalo (II)


Dai-me um dia branco, um mar de beladona
Um movimento
Inteiro, unido, adormecido
Como um só momento.

Eu quero caminhar como quem dorme
Entre países sem nome que flutuam.

Imagens tão mudas
Que ao olhá-las me pareça
Que fechei os olhos.

Um dia em que se possa não saber.

Sophia de Mello Breyner
(1919-2004)

Mais sobre Sophia de Mello Breyner em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofia_de_Melo_Breyner

Um comentário:

Cintia Pereira dos S. Machado disse...

Encontrei o seu blog num site de busca. Eu procurava apenas uma poesia e estou inebriada com toda a poética que que encontrei aqui.
Bjs e parabéns pelo blog!