quarta-feira, agosto 11, 2010

Em 1908, Mário de Sá-Carneiro escreveu este poema ao olhar uma moçoila elegante. Lá como cá, antes como dantes, será que tudo continua igual?



A elegante


Ao longe:
"Belos cabelos!
São de oiro fulgurante!
Que linda trança! Que abundante!
Sim senhor! Belos cabelos!"

De perto:
- "Ah! mas que vejo!
São postiços! Não são dela!
Bolas pra trança bela,
Pois não é dela, bem vejo!

E assim como o cabelo,
A elegante d'hoje em dia
Tudo o que traz, é postiço
Desde os pés' té ao toutiço!.

Mário de Sá-Carneiro
(1890-1916)

Mais sobre Mário de Sá-Carneiro em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro

Nenhum comentário: