Certeza de ser nesta vida
Fingimento de alguém nas artes,
Antes fraco inerme covarde,
Covarde diante desta vida.
Chuçadas e lapos berrantes,
Klaxon, terror! sem automóvel...
Antes triste traste covarde
Diante dos morros desta vida.
Ninguém sabe da solitude
Que enche o meu peito sem emprego,
O qual comunga todo dia
Na missa-baixa do abandono.
Mas, rapazes, não tenho a culpa
De ter faltado em minha vida
O amigo que me defendesse,
Aquele que eu defenderia.
Mário de Andrade
(1893-1945)
Mais sobre Mário de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_Andrade
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