terça-feira, julho 27, 2010
Depois de ler este poema, fica a impressão de que Carlos Drummond de Andrade não era apenas um. Era também um outro, um que só aquela mulher conheceu.
A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)
Mais sobre Carlos Drummond de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade
(/code)
(code)
Marcadores:
Carlos Drummond de Andrade
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário