domingo, abril 11, 2010
Não perturbes a paz que me foi dada. Ouvir de novo a tua voz seria matar a sede com água salgada, na súplica de Miguel Torga.
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Miguel Torga
(1907-1995)
Mais sobre Miguel Torga em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Torga
(/code)
(code)
Marcadores:
Miguel Torga
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Um poema para um novo amor é sempre de esperança. Mas não se deve escrever poemas "fatais" a amores que consideramos mortos. Ninguém sabe o dia de amanhã. Um dia nossa fortuna pode acabar e comermos pão dormido. Um abraço terno, colecionador de poemas.
Postar um comentário