domingo, outubro 29, 2006
Em "Emissário de um Rei Desconhecido", Fernando Pessoa está dividido entre o dever ao rei e o amor pelo seu povo.
Emissário de um Rei Desconhecido
Emissário de um rei desconhecido,
Eu cumpro informes instruções de além,
E as bruscas frases que aos meus lábios vêm
Soam-me a um outro e anômalo sentido...
Inconscientemente me divido
Entre mim e a missão que o meu ser tem,
E a glória do meu Rei dá-me desdém
Por este humano povo entre quem lido...
Não sei se existe o Rei que me mandou.
Minha missão será eu a esquecer,
Meu orgulho o deserto em que em mim estou...
Mas há ! Eu sinto-me altas tradições
De antes de tempo e espaço e vida e ser...
Já viram Deus as minhas sensações...
Fernando Pessoa
(1888-1935)
Mais sobre Fernando Pessoa em
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2 comentários:
ele mesmo Fernando A poética personificada
Reis narra do exílio...
Falta tudo:
"Trabalho Justiça Comida Saúde
... Até literatura
não há leitor de barriga vazia"
que linda voz da eugenia.. que tristeza o resto.. que beleza o conjunto...
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