quarta-feira, outubro 31, 2012
Para Miguel Torga, aquela luz maluca na noite, coração que palpita por tudo o que há de vir, ninguém vê, ninguém crê. Senão quem teve o desespero de partir.
Farol
Luz maluca na noite, coração
Que palpita por tudo o que há de vir:
Ninguém te vê, ninguém te crê, senão
Quem teve o desespero de partir.
Quem se venceu na própria solidão,
E num frágil veleiro quis abrir
O mar salgado de uma condição
Onde a altura do céu vinha cair.
Quem, afogado em pranto, reconhece
No teu aceno inquieto e tutelar
Outra vida mais larga que amanhece,
Fresca de pressentir e germinar,
Lá numa praia branca onde apodrece
Quem nela só consegue naufragar.
Miguel Torga
(1907-1995)
Mais sobre Miguel Torga em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Torga
(/code)
(code)
Marcadores:
Miguel Torga
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário