terça-feira, maio 10, 2011
Florbela Espanca se vê triste, abandonada e só. E sente como é triste a hora quando morre, o instante que foge, voa e passa.
Hora que passa
Vejo-me triste, abandonada e só
Bem como um cão sem dono e que o procura,
Mais pobre e desprezada do que Job
A caminhar na via da amargura!
Judeu errante que a ninguém faz dó!
Minh'alma triste, dolorida e escura,
Min'alma sem amor é cinza e pó,
Vaga roubada ao Mar da Desventura!
Que tragédia tão funda no meu peito!...
Quanta ilusão morrendo que esvoaça!
Quanto sonho a nascer e já desfeito!
Deus! Como é triste a hora quando morre...
O instante que foge, voa, e passa...
Fiozinho d'água triste...a vida corre...
Florbela Espanca
(1894-1930)
Mais sobre Florbela Espanca em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
(/code)
(code)
Marcadores:
Florbela Espanca
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário