sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Amor é um não sei quê, que nasce não sei onde. E vem não sei como e dói não sei porquê, confessa em versos sofridos Luís de Camões.


Busque Amor novas artes

Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê;

Luís Vaz de Camões
(1524-1580)

Mais sobre Luís Vaz de Camões em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es


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