quinta-feira, maio 27, 2010
Para Artur de Azevedo, os olhos lânguidos do seu doce amor deveriam estar cobertos por uma discreta folha de parreira. Por decoro...
Por decoro
Quando me esperas, palpitando amores,
e os lábios grossos e úmidos me estendes,
e do teu corpo cálido desprendes
desconhecido olor de estranhas flores;
quando, toda suspiros e fervores,
nesta prisão de músculos te prendes,
e aos meus beijos de sátiro te rendes,
furtando às rosas as purpúreas cores;
os olhos teus, inexpressivamente,
entrefechados, lânguidos, tranquilos,
olham, meu doce amor, de tal maneira,
que, se olhassem assim, publicamente,
deveria, perdoa-me, cobri-los
uma discreta folha de parreira.
Artur Azevedo
(1855-1908)
Mais sobre Artur de Azevedo em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_de_Azevedo
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Um comentário:
Obrigada! Só a poesia para me acalmar. Esses "nervos" que ficam nervosos por pura maldade.
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