terça-feira, maio 04, 2010

Nos lábios do menino Mario Quintana, queimava-se, ignorada, a palavra mágica. Poesia.


O menino louco


Eu te paguei minha pesada moeda,
Poesia...
Ó teus espelhos deformantes e límpidos
Como a água! Sim, desde menino,
Meus olhos se abriam insones como flores no escuro
Até que, longe, no horizonte, eu via
A Lua vindo, esbelta como um lírio...
Às vezes numa túnica de Infanta
Sonâmbula...Às vezes virginalmente nua...
E era branca como as nozes que os esquilos
descascam na mata...
Pura como um punhal de sacrifício...
(Em meus lábios queimava-se, ignorada,
a palavra mágica!)

Mario Quintana
(1906-1994)

Mais sobre Mario Quintana em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana

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