quarta-feira, julho 22, 2009

Na idealização da humanidade futura, Augusto dos Anjos não achou a luz que os Céus inflama. Somente moléculas de lama e a mosca alegre da putrefação.


Idealização da humanidade futura


Rugia nos meus centros cerebrais
A multidão dos séculos futuros
- Homens que a herança de ímpetos impuros
Tornara etnicamente irracionais! -

Não sei que livro, em letras garrafais,
Meus olhos liam! No húmus dos monturos,
Realizavam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!

Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...

E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!

Augusto dos Anjos
(1884-1914)

Mais sobre Augusto dos Anjos em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos

Um comentário:

Anônimo disse...

Augusto dos Anjos vê as gerações fururas com uma pescectiva pecimista uma vez que cita em seu poema de forma metaforiCa trechos que confirma o que foi dito anteriormente,por exemplo: E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!
ao pararmos para fezer uma reflexão sobre nosso cotidiano voltado para tematica abordada em no poema veremos que a realidade presente na obra não foge de nossa realidade.Pois vemos a deterioração dos valores morais como algo comun nus deixando alienar .Sem descutir a sociedade hipocrita que vivemos , o poema de AUGUSTO DOS ANJOS serve de alerta para nossa geração.