Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho"!
Eem que Camões chorou, exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
E
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac
(1865-1918)
Mais sobre Olavo Bilac em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac
Um comentário:
Confesso a você que não gosto muito da nossa língua portuguesa, mas uma coisa devo admitir: fazemos milagres com ela: quantos belos poemas!
Abraços.
Carol.
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