sexta-feira, junho 21, 2013
Hoje te canto e depois no pó que hei de ser te cantarei de novo. Hoje te canto e depois emudeço se te alcanço, declara Hilda Hilst ao seu amor.
Hoje te canto
Hoje te canto e depois no pó que hei de ser
Te cantarei de novo. E tantas vidas terei
Quantas me darás para o meu outra vez amanhecer
Tentando te buscar. Porque vives de mim, Sem Nome,
Sutilíssimo amado, relincho do infinito, e vivo
Porque sei de ti a tua fome, tua noite de ferrugem
Teu pasto que é o meu verso orvalhado de tintas
E de um verde negro teu casco e os areais
Onde me pisas fundo. Hoje te canto
E depois emudeço se te alcanço. E juntos
Vamos tingir o espaço. De luzes. De sangue.
De escarlate.
Hilda Hilst
(1930-2004)
Mais sobre Hilda Hilst em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hilda_Hilst
(/code)
(code)
Marcadores:
Hilda Hilst
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário