segunda-feira, junho 10, 2013

A tarde move-se entre os galhos das mãos de Murilo Mendes. E dentre os primeiros véus surge Maria da Saudade que, sem querer, canta.


Poema da tarde

A tarde move-se entre os galhos de minhas mãos.
Uma estrela aparece no fim deste meu sangue,
Minha nuca recebeu o hálito fino de uma rosa branca.
Todas as formas servem-se mutuamente,
Umas em pé, outras se ajoelhando, outras sentadas,
Regando o coração e a cabeça do homem:

E dentre oe primeiros véus surge Maria da Saudade
Que, sem querer, canta.

Murilo Mendes
(1901-1975)

Mais sobre Murilo Mendes em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Murilo_Mendes

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