terça-feira, abril 16, 2013

Ana Cristina César fez tudo para o seu amor gostar. Ela queria apenas carinho, mas tantas fez, tantas, tantas fez...


Samba-canção

Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone - taí,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa, meia-fera,
risinho modernista
arranhando na garganta,
malandra, bicha,
bem viada, vândala,
talvez maquiavélica
e um dia emburrei-me,
vali-me de mesuras
(era uma estratégia),
fiz comércio, avara,
embora um pouco burra,
porque inteligente me punha
logo rubra, ou ao contrário, cara
pálida que desconhece
o próprio cor-de-rosa,
e tantas fiz, talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...

Ana Cristina César
(1952-1983)

Mais sobre Ana Cristina César em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Cristina_C%C3%A9sar




2 comentários:

Maria José Speglich disse...

Por favor:
Em seu blog a poesia "Quando eu nasci, ficou tudo como estava Nem homens cortaram veias..." está creditada como sendo de Sebastião da Gama, porém em vários sites está como de José Régio.
Quem seria o verdadeiro autor da poesia??
Obrigada.

Anônimo disse...

A poesia é de Sebastião da Gama, embora alguns poucos sites a indiquem como sendo de autoria de José Régio.
O Editor

P.S. - Até para melhor esclarecimento de todos, solicito-lhe que refaça a questão no poema em análise, para que fique bem encaminhada a resposta à sua dúvida.
Por esta razão, no dia 18 de abril o comentário será removido desta espaço, destinado à Ana Cristina Cesar.
Obrigado,
O Editor.