segunda-feira, outubro 31, 2011

Por muito tempo, Drummond achou que ausência é falta. E que falta nós sempre vamos sentir de Drummond.


Ausência


Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, esta ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

Mais sobre Carlos Drummond de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade

Um comentário:

Anita disse...

É...
Estava vendo há pouco uma entreviste no Sem Censura da Tv Educativa, sobre Drumond...entro aqui e cá está Ele...dia "D"