domingo, setembro 04, 2011

Nenhuma esperança me dás, nem te dou. Minha alma, minha alma, eis toda a conquista do mais longo amor, na dor maior de Cecília Meireles.


Sem corpo nenhum

Sem corpo nenhum,
como te hei de amar?
— Minha alma, minha alma,
tu mesma escolheste
esse doce mal!

Sem palavra alguma,
como o hei de saber?
— Minha alma, minha alma,
tu mesma desejas
o que não se vê!

Nenhuma esperança
me dás, nem te dou:
— Minha alma, minha alma,
eis toda a conquista
do mais longo amor!

Cecília Meireles 
(1901-1964) 
 
Mais sobre Cecília Meireles em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cec%C3%ADlia_Meireles

Nenhum comentário: