domingo, março 20, 2011
Eu, eu cheio de todos os cansaços, quantos o mundo pode dar. A vida que pare de aqui a pouco, mas eu sou eu, eu fico eu, eu, no desespero de Álvaro de Campos.
Eu, eu mesmo
Eu, eu mesmo...
Cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu.
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu...
Eu fico eu...
Eu...
Álvaro de Campos, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa
(1988-1935)
Mais sobre Fernando Pessoa em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
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