sexta-feira, setembro 11, 2009
O doido coração triste e amante de Florbela Espanca busca o ideal na dor. Uma paixão ardente, louca, o seu amor, que imenso amor o seu.
Meu amor
De ti somente um nome sei, Amor,
É pouco, é muito pouco e é bastante
Para que esta paixão doida e constante
Dia após dia cresça com vigor!
Como de um sonho vago e sem fervor
Nasce assim uma paixão tão inquietante!
Meu doido coração triste e amante
Como tu buscas o ideal na dor!
Isso era só quimera, fantasia,
Mágoa de sonho que se esvai num dia,
Perfume leve dum rosal do céu...
Paixão ardente, louca isto é agora,
Vulcão que vai crescendo hora por hora...
O meu amor, que imenso amor o meu!
Florbela Espanca
(1894-1930)
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