segunda-feira, outubro 22, 2007
Tenta esquecer-me, ser lembrado é como evocar um fantasma. Deixa-me fluir, toda a tristeza dos rios é não poder parar, pede um triste Mario Quintana.
Deixa-me seguir para o Mar
Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar
Um fantasma...
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!
Mario Quintana
(1906-2004)
Mais sobre Mario Quintana em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana
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2 comentários:
Amo a poesia de Mário Quintana - tão intensa, bela, dolorosa muitas vezes...
Obrigada por nos presentear com a beleza encadeada em versos!
ass. Liliane
Try to forget me…
To be remembered is like evoking
a ghost…
Let me be what I am,
What I have always been,
A flowing river…
The hours will sing, in vain,
Along my river banks.
I will adorn myself with stars
Like a royal mantle.
I’ll be embroidered
with clouds and wings,
Children will, now and then,
Bathe themselves in me…
A mirror does not keep
the things it reflects!
And my fate is to move on…
Move on toward the sea,
Losing what I reflect along the
way…
Let me flow, let me pass,
let me sing...
The sadness of all rivers
Is that they cannot linger!
Mario Quintana
Translated by John D. Godinho)
Try to Forget Me in Nova Antologia Poética
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