As palavras...
São como cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
(1923-2005)
Mais sobre Eugénio de Andrade em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A9nio_de_Andrade
2 comentários:
São como cristal, as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio,
Outras, orvalho apenas.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de Luz e são Noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Lindo e sábio este poema.
rsrssrsrr
relendo este poema.
lembrei de minha filha, Carol.
que com suas palavras....consegue tira o melhor de mim.
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