sábado, dezembro 23, 2006

Para Gullar, a poesia quando chega não respeita nada. Beija os que ganham mal e embala os que têm sede de felicidade e justiça.


Subversiva

A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país

Ferreira Gullar

Mais sobre Ferreira Gullar em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferreira_Gullar

Nenhum comentário: