segunda-feira, julho 13, 2015
Meu Deus, que fiz eu da vida? Pelo amor de Deus, parem com isso dentro da minha cabeça, implora Álvaro de Campos em uma noite serena.
Que noite
Que noite serena!
Que lindo luar!
Que linda barquinha
Bailando ao mar!
Suave todo o passado - o que foi aqui de Lisboa - me surge...
O terceiro andar das tias, o sossego de outrora,
Sossego de várias espécies,
A infância sem futuro pensado,
O ruído aparentemente contínuo da máquina de costura delas,
E tudo bom e a horas,
De um bem e de um a-horas próprio, hoje morto.
Meu Deus, que fiz eu da vida?
Que noite serena etc...
Quem é que cantava isso?
Isso estava lá.
Lembro-me mas esqueço.
E dói, dói, dói...
Por amor de Deus, parem com isso dentro de minha cabeça.
Álvaro de Campos, um dos heterônimos de
Fernando Pessoa
(1889-1935)
Mais sobre Fernando Pessoa em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
(1889-1935)
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