segunda-feira, setembro 16, 2013

Um poema começado do fim pode levar até o Caminho do Céu, diz Adélia Prado. Será?


Poema começado do fim 

Um corpo quer outro corpo.
Uma alma quer outra alma e seu corpo.
Este excesso de realidade me confunde.
Jonathan falando:
parece que estou num filme.
Se eu lhe dissesse você é estúpido
ele diria sou mesmo.
Se ele dissesse vamos comigo ao inferno passear
eu iria.
As casas baixas, as pessoas pobres,
e o sol da tarde,
imaginai o que era o sol da tarde
sobre a nossa fragilidade.
Vinha com Jonathan
pela rua mais torta da cidade.
O Caminho do Céu.

Adélia Prado
(1935)
Mais sobre Adélia Prado em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adélia_Prado

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