sexta-feira, julho 20, 2012

No teatro de Artur de Azevedo, a condessa esconde o fruto de um amor culpado. E depois de lavada a honra do conde com algumas mortes, cai o pano para que outra catástrofe não aconteça.


Impressões de teatro


Que dramalhão! Um intrigante ousado,
Vendo chegar de longa ausência o conde,
Diz-lhe que a pobre da condessa esconde
No seio o fruto de um amor culpado.

Naturalmente o conde fica irado
O pai que é? Pergunta — Eu lhe responde
Um jovem que entra. — Um duelo! — Sim! Quando? Onde?—
No encontro morre o amante desgraçado.

Folga o intrigante... Porém surge um mano
E, vendo morto o irmão, perde a cabeça:
Crava um punhal no peito do tirano.

É preso o mano, mata-se a condessa,
Endoidece o marido, e cai o pano,
Antes que outra catástrofe aconteça.

Artur Azevedo
(1855-1908)

Mais sobre Artur de Azevedo em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_de_Azevedo

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