segunda-feira, julho 30, 2012

Mia Couto sente que precisa ser um outro para ser ele mesmo. Porque no mundo que combate, ele morre, e no mundo por que luta, ele nasce.



Identidade

Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço

Mia Couto
(1955)

Mais sobre Mia Couto em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto

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