quinta-feira, abril 05, 2012

Dela, Manuel Bandeira conserva no peito a saudade celeste. E também o pó que nele ficou daquele pequenino anel que ela lhe deu...



O anel de vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste,
Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
Aquele pequenino anel que tu me deste,
Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…


Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira
(1886-1968)

Mais sobre Manuel Bandeira em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bandeira

Nenhum comentário: