quarta-feira, março 07, 2012

Silvia Plath diz que gentileza plana sobre sua casa. Dama Gentileza, tão amável!


Gentileza

Gentileza plana sobre minha casa.
Dama Gentileza, tão amável!
As jóias azuis e vermelhas de seus anéis enfumaçam
Nas janelas, os espelhos
Enchem-se de sorrisos.

O que é tão real quanto o choro de uma criança?
O grito de um coelho pode ser mais selvagem,
Mas não tem alma.
O açúcar pode curar qualquer coisa, segundo Gentileza.
O açúcar é um fluido necessário,

Seus cristais são pequenos cataplasmas.
Oh, gentileza, gentileza,
Delicadamente juntando pedaços!
Minhas sedas japonesas, borboletas desesperadas,
Podem ser trespassadas a qualquer momento, anestesiadas.

E aí vem você com uma xícara de chá
Envolta em vapor.
O jato de sangue é poesia,
Não há como estancá-lo.
Você me entrega duas crianças, duas rosas.

Sylvia Plath
(1932-1963)

Mais sobre Sylvia Plath em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sylvia_Plath

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