A noite desce
Como pálpebras roxas que tombassem
Sobre uns olhos cansados, carinhosas,
A noite desce...Ah! doces mãos piedosas
Que os meus olhos tristíssimos fechassem!
Assim mãos de bondade me embalassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!
Assim me adormecessem, caridosas,
E em braçadas de lírios e mimosas,
No crepúsculo que desce me enterrassem!
A noite em sombra e fumo se desfaz...
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!
Perfume de baunilha ou de lilás,
A noite põe-me embriagada, louca!
E a noite vai descendo, muda e calma...
Meu doce Amor, tu beijas a minh'alma
Beijando nesta hora a minha boca!
Meu doce Amor, tu beijas a minh'alma
Beijando nesta hora a minha boca!
Florbela Espanca
(1894-1930)
Mais sobre Florbela Espanca em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca
Um comentário:
Nobre amigo,
obrigado por brindar-nos com tanta e tão boa poesia.
Gostaria de solicitar a sua ajuda de abnegado conhecedor da ars poética: estou em busca de alguma tradução, seja da obra inteira, seja de trecho, do poema épico 'O Messias' ou 'A Messíada', do alemão Klopstock. Teria você, em suas leituras, conhecimento de algo neste sentido?
Desde já lhe agradeço.
E continue firme, alegrando nossos dias enfurnados com esses sopros líricos do melhor que a Poesia nos pode dar.
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