quinta-feira, dezembro 09, 2010
Até morrer estarei enamorada de coisas impossíveis. Sem mais nada além de mim, numa eternidade inútil, confessa Cecília.
Eternidade inútil
Até morrer estarei enamorada
de coisas impossíveis:
tudo que invento, apenas,
e dura menos que eu,
que chega e passa.
Não chorarei minha triste brevidade
unicamente a alheia,
a esperança plantada em tristes dunas,
em vento, em nuvens, n'água.
A pronta decadência,
a fuga súbita
de cada coisa amada.
O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim...
numa eternidade inútil.
Cecília Meireles
(1901-1964)
Mais sobre Cecília Meireles em
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Um comentário:
Nem sempre encontramos os propósitos das coisas, mas de forma ou de outra, eles existem e aparecem ...
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