quarta-feira, dezembro 19, 2007
Nos versos do poeta, o sino da catedral do seu sonho está o dia inteiro a chorar: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!". Por que será?
A catedral
Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a benção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Poe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!
Alphonsus de Guimaraens
(1870-1921)
Mais sobre Alphonsus de Guimaraens em
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2 comentários:
Lembro vagamente desse poema, dos tempos de escola, e acredito que o correto nas duas linhas listadas é o que segue:
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Vem açoitar o rosto meu.
No primeiro faltou acento no e ;
no segundo a cedilha do c.
Pesquisei na internet e encontrei dos dos jeitos...por isso levanto a dúvida ao dono do Blog.
Abraço
Tarcísio,
Falhas já corrigidas.
Muito obrigado pela colaboração.
Abraços,
Sonia
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