sexta-feira, julho 28, 2006
Bebia muito para ver se achava a Glória que ninguém achava. Pobre coitado.
O Ébrio
Bebi! Mas sei por que bebi!... Buscava
Em verdes nuanças de miragens, ver
Se nesta ânsia suprema de beber,
Achava a Glória que ninguém achava!
E todo o dia então eu me embriagava
- Novo Sileno, - em busca de ascender
A essa Babel fictícia do Prazer
Que procuravam e que eu procurava.
Trás de mim, na atra estrada que trilhei,
Quantos também, quantos também deixei,
Mas eu não contarei nunca a ninguém.
A ninguém nunca eu contarei a história
Dos que, como eu, foram buscar a Glória
E que, como eu, irão morrer também.
Augusto dos Anjos
(1884-1914)
Mais sobre Augusto dos Anjos em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos
(/code)
(code)
Marcadores:
Augusto dos Anjos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário