sexta-feira, julho 28, 2006

Ainda não leu um poema de Manuel Maria Barbosa du Bocage? Ou Bocage, como ficou conhecido?


Arreitada donzela em fofo leito

Arreitada donzela em fofo leito
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras subtis pachocho estreito.

De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branda crica nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito.

A voraz porra, as guelras encrespando,
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrando.

Como é inda boçal, perder os sentidos;
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.

Manuel Maria Barbosa du Bocage
(1765-1805)

Mais sobre Manuel Maria Barbosa du Bocage em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage

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