Hora de amor
Vem.
Adormece encostada a este braço
Mais débil do que o teu.
Entrega te despida
Nas mãos dum homem solitário
Que a maldição não deixa
Que possa nem sequer lutar por ti.
Vem,
Sem que eu te chame, ou te prometa a vida.
E sente que ninguém,
No descampado deste mundo, tem
A alma mais guardada e protegida.
Miguel Torga
(1907-1995)
Mais sobre Miguel Torga em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Torga
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