sábado, novembro 25, 2006

Em seus versos imensos de ansiedade, Florbela esperava por um amor que se fizesse ser eterno por toda a eternidade.


Escrava

Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor,
Eu te saúdo, olhar do meu olhar,
Fala da minha boca a palpitar,
Gesto das minhas mãos tontas de amor!

Que te seja propício o astro e a flor,
Que a teus pés se incline a Terra e o Mar,
Pelos séculos dos séculos sem par,
Ó meu Deus, ó meu dono, ó meu senhor!

Eu, doce e humilde escrava, te saúdo,
E, de mãos postas, em sentida prece,
Canto teus olhos de oiro e de veludo.

Ah! esse verso imenso de ansiedade,
Esse verso de amor que te fizesse
Ser eterno por toda a eternidade...

Florbela Espanca

Mais sobre Florbela Espanca em

(1894-1930)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

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