Não
Longes se aglomeram
Em torno aos meus sentidos,
Nos quais prevejo erguidos
Paços reais de mistérios.
Cinjo-me de Cor,
E parto a demandar.
Tudo é Oiro em meu rastro -
Poeira de amor...
Advinho alabastro...
Detenho-me em luar...
Lá se ergue o castelo
Amarelo do medo
Que eu tinha previsto:
As portas abertas,
Lacaios parados,
As luzes, desertas -
Janelas incertas,
Torreões sepulcrados...
Vitória! Vitória!
Mistério é riqueza -
E o medo é Mistério!...
Mário de Sá-Carneiro
(1890-1916)
Mais sobre Mário de Sá-Carneiro em
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1-Carneiro
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