Tudo, menos o tédio
Tudo, menos o tédio, me faz tédio.
Quero, sem ter sosssego, sossegar.
Tomas a vida todos os dias
Como um remédio
Desses remédios que há para tomar.
Tanto aspirei, tanto sonhei, que tanto
De tantos tantos me fez nada em mim.
Minhas mãos ficaram frias
Só de aguentar o encanto
Daquele amor que as aquecesse enfim.
Frias, vazias,
Assim.
Fernando Pessoa
(1888-1935)
Mais sobre Fernando Pessoa em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário