A canção do tédioAnda uma estrela pelo céu,
sozinha, arrastando um véu
de viúva.
- É a chuva.
Rola um soluço leve no ar,
bem longe no seu rolar,
bem lento.
- É o vento.
Perpassa o passo oco de algum
fantasma, quieto como um
segredo.
- É o medo.
Batem à porta. Abro. Quem é?
Uma alta sombra, de pé,
se eleva.
- É a treva.
Mas, desde então alguém está
comigo. É inútil. Não há.
remédio.
- É o tédio.
Guilherme de Almeida(1890-1969)
Mais sobre Guilherme de Almeida em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilherme_de_Almeida
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir